quinta-feira, 26 de maio de 2016

O que eu disse
retiro
na cabeça
não há melhor lugar
para uma bala
adoçar
os bichos que devoram o doce da vida
por dentro
matar de diabetes o pensamento
há de mirar e admirar
tiro

quarta-feira, 25 de maio de 2016

without thinking, without breathing, without blinking

preocupações estranhas, ouvindo In utero do Nirvana e digitalizando 32Mb de páginas... escrevi isto:

repetition
paranoia
my brain will stop
69 is the number of crimes
inside my head
once there was pain
in bed 
I beg myself to, please, do not stop
do not mess it all again
poor rhymes
poor pills
such a baby
to face the thrill
deny and lie
scream and cry
until the kiss is ill
with the bloody valentine
that licks me
blessed fingers
and holy mouth
pleasures inside the box
shaking bones
and caressing the thorns
around the wrists
to watch the pulse cease
my favourite season
is the winter, of course
but nothing like spring
when stomach and liver bloom
spiders and butterflies
by the way, you again,
butter me under your sheets
whisper me 
our dirty rules
grab me at the feet
close to your ears
inside out in your arms
I feel like I disappear
No beer
Wait for wine
You put fire on my mind
I love when we are
face to between the thighs
Pardon
if my writing is too much high
It's just because I'm constantly
afraid to die.

Quarto encontro do Cortázar Clube + participação de Tiago Genoveze

Recado do Clube:

Fiquemos com apenas uma surpresa, a do último encontro! 
O que não era surpresa aconteceu lá fora, e aqui dentro de nós. Surpresa ou não, rejeitamos esse acontecimento. 
Dispensamos a surpresa do próximo encontro. Não haverá "leitura surpresa", haverá a leitura de "Apocalipse de Solentiname" do livro Alguém que anda por aí
Mas não pensem que não gostamos mais de surpresas. Tendo lido ou não o texto, vocês podem aparecer de surpresa. Aliás, no último encontro ocorreram duas: a leitura, e a visita de um desconhecido chamado Tiago Genoveze, que será nosso parceiro no quarto encontro.

Eis o convite de T:

Solentiname é um lugar real. Um arquipélago no extremo sudeste do grande lago da Nicarágua. Uma utopia nas decadas de 60 e 70. As ilhas, hoje, quase inexistem de tão esquecidas.
Foi a leitura deste conto que me levou a viver em Solentiname por quase dois anos. Estarei presente no próximo encontro pra ajudar na contextualização histórica, compartilhar alguns trabalhos fotográficos que desenvolvi no local e, mais importante, emaranhar-me no conto com aqueles que estiverem presentes. 

O quarto encontro acontece na quarta-feira, 08.06.2016, às 19h na Casa Elefante - Rua Cesário Mota Jr., 277

https://www.facebook.com/events/1007779805956970/

https://plus.google.com/u/0/events/ci9hhmvntpjtd9ako770tm7kajo

quarta-feira, 18 de maio de 2016

you and me, we are just our hips

dark and twisted like Meredith, 
I choose 
to twist and shout my hips on yours
and to break the glass of my memory.

a toast to my dirty grey shadow
moving deliciously slow
during the meeting of 
bodies and no soul.

a great lover
has just escaped from my stomach
to lick you from head
to toe.

would you give me the pleasure of
one more night
to let everything go?

domingo, 15 de maio de 2016

Na sombra

Cansei de criar acaso,
de caso em caso,
de construir casas
em braços fracos
e pouco acolhedores.

Cansei de ver flores,
de plantar sabores
e de desenhar o aroma das cores
de amores
que desbotam o meu olhar.

Cansei de amar
a cidade cinza
onde se morre
um pouco a cada passo,
a cada esquina,
de bar em bar,
a cada estação que se deixa
e a cada rotina,
em vão.

Vão todos para o inferno!
Cidade enferma
alerta para o medo, o ódio
e o desapego.
Previsão de rajadas de vento.

Cansei de palavras de ordem,
de herói, de sorte,
do progresso corpulento.

Poema escrito para a foto de Rose Steinmetz para o Foto Sarau 3: https://www.facebook.com/fotosarau/

Chupar um limão

Ficou pensando no gole
que daria na sua pink lemonade
em seguida,
em como de um só golpe
a sua garganta
o líquido tomaria.
Ficou pensando ainda:
E se a bomba explodisse?
Pensou então na gosma retrógrada
que não apenas envolveria,
mas deformaria a sua vida,
de um só golpe.
Assim sentiu como a gola,
do casaco da última moda,
o golpeava.
Cada letra impressa na sua nuca
o sufocava.
E se a bomba,
a maldita promessa dos canalhas,
de deuses e armas,
explodisse?
Voltou a pensar na limonada,
agora no copo e no gelo,
que arrebentavam.

Poema escrito para a foto de Arluce Gurjão para o Foto Sarau 3: https://www.facebook.com/fotosarau/