quinta-feira, 23 de março de 2017

obsolescência programada

As possibilidades não param de girar nas rodas do tinder, do okcupid e do happn. Tal qual as novas coleções de roupa nas lojas, que se renovam às custas de desumanização (trabalho). Sempre é preciso mais. Mais um crush ou mais uma peça de roupa. Aumentar o consumo e diminuir o humano. Trabalho para renovar o que se vende na vitrine da loja; trabalho para comprar e vender-se na vitrine que é a tela. A curta durabilidade e a incessante produção de novidades também garantem a suposta necessidade de consumir mais um. A falta de tempo - o tempo é sugado pelo trabalho - diminui a durabilidade das relações humanas - e no fim elas também são trabalho. Há sempre um próximo item para suprir as necessidades não atendidas pelo anterior. Nos ve[nde]mos (e desaparecemos) nas vitrines. Nunca vão parar de girar.     

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