sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Lá vem elas,
víboras vozes.
Avós me livrem!
Levam vida, vôo.
Falam, falam, falam.
Não escutam.
Regulam minha palavra,
Jogam o amor que eu não quero na minha cara.
As vozes às vezes voltam.
Vínculo velho, gasto, difícil.
Por um fio
ainda ouço os gritos
que humilham com sangue e com
um pacote de valores podres
sobre a herdeira que não fui.
Sobre o cume que não vi.
Vocalizam os "bons partidos" que deixei
por aqueles (que partem) com quem dormi.
Punições por pensar.
Recompensas se dissimular.
Para o dedo em riste,
meu riso
da minha falta de juízo.
Meu ridículo passado de boneca
num vidro - atiro!
Frustrar expectativas,
reconheço, vozes,
com carinho,
quase vocação.

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