Na distância,
Entre os estados e o tempo,
Só nos resta o silêncio.
Não há a distorção no som,
Nem os nossos beijos dissonantes.
Só me resta uma saudade dançante.
A memória das tuas mordidas
Em meus lábios ainda tem vida:
O melhor beijo da minha vida!
O sotaque, a gíria;
Guria eu era naquele dia gris,
Entrelaçando os dedos nos teus cachos grisalhos.
Cinza como os teus cabelos
Era a cor daquele dia
De beijos, braços, dentes e despedidas.
Frio, São Paulo, braços dados
E o calor do teu abraço como um porto
Que me alegrava.
O teu olhar que tentei fotografar
Em meu olhar agora evapora.
Porosa é a minha memória.
Tu descansas agora alegre
Em teu porto, e pelo ar
Tu deixas a guria.
Tu evaporas o melhor beijo
Da minha vida!
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