domingo, 21 de dezembro de 2014

Mima

Seu nome não poderia ser outro
e nenhum outro pode sê-la agora.
Confiava tanto em
nossos mimos,
que não se afastou
do carro,
seu objeto preferido;
justamente do carro
da mulher surda,
a quem o
GRITO
não fez sentido.
Agora,
fotos e ausência
que eu nego.
Meus olhos fofos
e minhas costas 
indobráveis
de tanto
desejar
que ficasse.
Foi ontem.
E não parece que
foi ontem.
Um ano após
o depósito da minha dissertação.
Daqui a um ano,
dois anos do depósito,
e um do relógio
que PAROU.
E roubou o nosso tempo.
Do vermelho em poça
que possuiu a nossa
Preta e branca,
Pretinha,
Menina, gata coletiva,
Mi, Mimas, Mimosa, Mimassauro.
Deitada no "pelucinha",
ela era
Pato, rato, galinha, porco-espinho, pinguim, peixinho.
Um pneu ou um oito ou um vaso.
Era muito amor,
e entre tantos nomes,
muito mais poses.
Era a gata
para um calendário diário.
365 poses eram possíveis.
Mas agora, nenhuma, nos próximos anos,
fará sentido. 

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